sábado, 14 de junho de 2014

Se houvesse a greve dos transportadores celulares, você sabe quem pararia?

Proteínas se inserem no interior das membranas celulares, em conformação alfa-hélice, esta é a conformação secundária das proteínas, suas cadeias laterais ficam para fora da hélice, mergulhadas no meio de ácidos graxos. A cada volta da hélice encontram-se 3,6 resíduos de aminoácidos, sendo necessário em torno de 20 a 23 aminoácidos para atravessar a membrana, esses apresentam características obrigatórias de hidrofobia, ou seja, se repelem da água.
No geral as hélices atravessam diversas vezes a membrana, sendo raro as que atravessam somente uma vez. Os ângulos da alfa-hélice apresentam pontes de hidrogênio que estabilizam átomos como oxigênio, deixando dessa forma a hélice parada no lugar. No entanto as cadeias laterais da alfa hélice tem que ser obrigatoriamente todas hidrofóbicas para se ligarem aos ácidos graxos e ajudar na estabilização da proteína na membrana. O que determina o volume da proteína é sua hidrofobicidade, a conformação que ela apresenta para “fugir” da água, não apresentando água dentro dela. Nas diversas escalas de hidrofobicidade quanto maior a nota de uma proteína maior sua aversão à água, isso pode ser analisado através de plots de hidropatia onde as expressões acima da linha média correspondem aos mais hidrofóbicos e abaixo mais hidrofílicos.


As concentrações de proteínas presentes na membrana variam de célula para célula, depende da sua função, podendo ser 50% proteínas e 50% lipídios, ou predomínio lipídico como por exemplo na bainha de mielina que tem função transmissão de sinal, necessitando de um meio condutivo como os lipídios. Num outro extremo se encontram as membranas mitocondriais que apresentam na sua composição 75% de proteínas, por sua função de fotossintese. Nas técnicas de criofratura a membrana se quebra do lado mais fraco, nas interações hidrofóbicas que são ligações fracas, o lado que apresenta mais proteínas é o lado citoplasmático na criofratura.
As funções das proteínas de membrana incluem o transporte de íons e moléculas através da membrana biológica de um meio para outro celular, funcionam também como receptores de membrana, encarregadas de receber sinais de substâncias que levam alguma mensagem para a célula, favorecem a adesão de células adjacentes em um tecido, servem como ponto de ancoragem para o citoesqueleto.
Quanto a sua principal função que é o transporte de íons e moléculas, de um lado para outro da membrana e apresentam se em dois tipos de proteínas transportadoras:
- Canais: São poros hidrofílicos que fazem o transporte passivo, sua a velocidade de transporte é maior. Se abertos moléculas de tamanho e carga específicas podem passar, por sua característica de ser somente para moléculas adequadas tanto em tamanho como em características, o transporte se torna mais rápido dessa forma.
- Carreadoras: Realizam tanto o transporte ativo e passivo, apresentam em sua composição um sítio de ligação de um lado, dessa forma é necessário que a substância se ligue ao sitio, alterando a conformação da proteína e então liberando o soluto do outro lado.

Esses dois tipos de proteína realizam alguns tipos de transportes específicos:
PASSIVO: Sem gasto energético, acontece pela mudança de conformação das proteínas, direcionado das regiões de maior concentração para as de menor concentração ou seja, a favor do gradiente de concentração. Tem dois subtipos: 1)Difusão Simples: acontece através da bicamada, seus únicos dependentes são a temperatura, o tipo de molécula, sua hidrofobicidade e tamanho. 2)Difusão facilitada: necessita de uma proteína de transporte, as mais comuns são as carreadoras, porém os canais iônicos também realizam. O sítio ativo das carreadoras reconhece grupos de moléculas devidos suas características químicas (menos seletivo).

ATIVO: Necessita de energia para acontecer, acontece contra o gradiente de concentração. Onde há quebra da molécula de ATP. 1º primário: realizado pelas ATPases, como por exemplo a bomba de sódio-potássio, que tem por função manter o potencial eletroquímico das células 2º secundário: não são as ATPases, pegam “carona”, dentre esses existem os tipos co-transporte vão no mesmo sentido e contra-transporte sentidos opostos.

As células que mais realizam transporte são as células epiteliais, renais, e epitélio do tubo digestivo. Um exemplo é o intestino delgado, onde apresenta muito mais de passagem de carga e água paracelular entre uma célula e outra.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

MUITO PRAZER: TENDÃO CENTRAL


Tendão central para os anatomistas é sinônimo de centro tendíneo, que é a porção tendínea do músculo diafragma. Já para os Osteopatas, tendão central significa a continuidade de uma série de tecido conjuntivo visualizada através de várias estruturas, assim como músculos, tendões, ligamentos, aponeuroses, fáscia, etc, como podemos observar na figura abaixo.


Se começarmos a explicar pelo crânio, temos que o tendão central inicia-se através das membranas de tensões recíprocas: a foice do cérebro e a foice do cerebelo. A foice do cérebro tem inserção na crista etmoidal e na crista do frontal anteriormente e vai até a protuberância occipital interna posteriormente continuando através da Tenda do Cerebelo que possui uma inserção na porção petrosa dos temporais, no occipital, nos parietais e vai até os processos clinóides posteriores do esfenóide, emitindo um pequeno ramo até os processos clinóides anteriores do esfenoide para formar a tenda hipofisária (diafragma da sela túrcica).





Na continuidade da foice do cérebro e da tenda do cerebelo, temos a duramáter espinhal, uma membrana inelástica que fixa-se no occipital e vai até a segunda vértebra sacral, transmitindo dessa forma toda tensão pelos receptores da coluna vertebral. E também temos os músculos suboccipitais que estão na parte posterior da região cervical alta (C0-C1-C2). Os músculos suboccipitais são 4, reto maior, reto menor, oblíquo superior e oblíquo inferior.



Na parte anterior temos os músculos orbicular da boca e bucinador que coordenam o tônus da musculatura da boca e mais internamente os músculos que formam a língua intrinsecamente e extrisicamente (genioglosso, palatoglosso, hioglosso e estiloglosso). Através do músculo estiloglosso fica muito claro a relação da língua com a região posterior do crânio, no caso os músculos suboccipitais.





Além disso também temos na parte anterior os músculos supra-hioídeos (milo-hióide, gênio-hióide, estilo-hióide e digástrico) e os infra-hioídeos (esterno-hióide, omo-hióide, tireo-hióide e esternotireo-hióide) que possuem inserções a nível do crânio anteriormente e posteriormente e interligam com o esterno e escápula.



Na sequência temos que o tendão central se continua pelo ligamento vértebro-pericárdio, ligamento esse que interliga a transição cérvico-torácica com o saco pericárdio. Depois temos os ligamentos que fixam o saco pericárdio no esterno: ligamentos esterno-pericárdio e ligamentos que fixam o saco pericárdio no diafragma: ligamento frênico-pericárdio. Dessa forma, temos uma relação importantíssima interligando o diafragma através dos ligamentos do saco pericárdio até a transição cérvico-torácica, mostrando a influência direta na disfunções que  podem acometer eles.




`Passando pelo diafragma, o tendão central continua-se pelo músculo psoas através de uma conexão direta do ligamento arqueado medial. Sendo que um espasmo do psoas pode influenciar diretamente na respiração através do diafragma, e repercutir até a transição cérvico-torácica a nível postural, podendo chegar nas membranas de tensão recíprocas do crânio provocando congestão venosa e diminuição do aporte sanguíneo, e o paciente relatar queixas de cefaléias por exemplo.



Vale salientar, que nos livros do François de Osteopatia, ele coloca também o ligamento falciforme do fígado relacionado com o tendão central. No caso o ligamento falciforme tem uma relação do diafragma com o fígado, e ele continua-se pelo ligamento redondo que vai até o umbigo e na sequência continua-se pelos ligamentos suspensores da bexiga (uraco), levando essa tensão até os músculos do assoalho pélvico.



O tendão central tem uma importância significativa nos tratamentos osteopáticos, pois a grande maioria da causa dos problemas dos pacientes encontra-se presente em uma de suas estruturas.
O fisioterapeuta especialista no assunto, é capaz de observar no seu paciente a propagação dessas tensões através de uma boa avaliação.
           






sábado, 31 de maio de 2014

FÁSCIA DO MEMBRO SUPERIOR

            A fáscia peitoral fixa-se na clavícula e no osso esterno e reveste o músculo peitoral maior. Ela é contínua inferiormente com a fáscia da parede abdominal anterior e lateralmente com a fáscia axilar formando o assoalho da axila.
Temos também a fáscia clavipeitoral  (mais profunda) que estende-se superiormente a partir da axila envolvendo os músculos peitoral menor e subclávio e fixa-se na clavícula.
O ligamento suspensor da axila faz a união da fáscia clavipeitoral logo abaixo do peitoral menor com a fáscia axilar, sustendando-a e puxando para cima durante o movimento de abdução, formando a axila ou “sovaco”.



As lâminas da fáscia peitoral e fáscia axilar continuam pela fáscia do braço (profunda), que divide-se em 2 septo intermusculares medial e lateral, formando o compartimento anterior (músculos flexores) e posterior (músculos extensores).
A fáscia do antebraço que é uma continuação da fáscia do braço, se espessa na parte mais distal e posterior formando o retináculo dos músculos extensores e na parte anterior formando o retináculo dos músculos flexores (ligamento transverso do carpo).
A fáscia do antebraço continua-se pela fáscia profunda da mão formando a aponeurose palmar, que é espessa, tendínea e triangular.





 FONTE: Moore, K. Anatomia Orientada para Clínica.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Membranas biológicas: defina seus compartimentos

Membranas biológicas estão presentes em todas as células e nessas formam uma interface entre os dois meios. São responsáveis pela definição dos meios interno e externo, bem como das organelas presentes em alguns tipos celulares. Apresentam também características bem diferentes em sua composição e capacidades bem específicas como manter gradientes elétricos e iônicos nos dois meios, são responsáveis por gerar e propagar informações elétricas em células excitáveis, funcionam como receptores para hormônios e drogas e outras muitas funções.

As membranas são formadas de uma bicamada lipídica, esta é composta por fosfolipídios, colesterol, proteínas. Os fosfolipídios são moléculas que possuem duas partes, denominados anfipáticos por possuírem as cabeças polares (hidrofílicas) e suas caudas apolares (hidrofóbicas), na presença de água essas moléculas se agrupam de maneira que seus componentes hidrofóbicos fiquem voltados para dentro da bicamada e os componentes hidrofóbicos voltados para o meio aquoso. Suas principais formas encontradas na bicamada são a fosfatidilserina, fosfatidiletanolamina, fosfatidilcolina, fosfatidilserina e esfingomielina.


Proteínas também estão presentes nas membranas biológicas são responsáveis pelo  transporte de substancias, conexão com o citoesqueleto e com a matriz extracelular, ligação com moléculas sinalizadoras na forma de receptores. Podem ser de diversos tipos proteínas periféricas, proteínas ancoradas, proteínas integrais.

Singer e Nicolson em 1972 foram os primeiros a descrever a membrana como um modelo de mosaico fluido. Nesse modelo é descrita a capacidade dos fosfolipídios de realizarem diversos movimentos, desde rotação em seu próprio eixo até movimentação lateral. Os fosfolipídios estão ligados apenas por sua afinidade uns com os outros e também com proteínas, não apresentam nenhuma ligação covalente que os una. A respeito da sua fluidez é dependente do tipo de fosfolipídio que a compõe, seu grau de saturação. Quanto mais saturada a membrana menor sua fluidez. Um outro fator que interfere na fluidez da membrana é o teor de colesterol, sabe se que o colesterol é um tipo de lipídio que compõe as membranas biológicas, da classe dos esteroides e sua estrutura é bem rígida devido à grande quantidade de anéis esteroidais. Sua presença nas membranas ocasiona uma relativa imobilização, com redução na permeabilidade à água e componentes de baixo peso molecular.

Outro movimento que acontece nas membranas biológicas é o “flip-flop”, que é a inversão e troca de lado na monocamada, é um processo raro, controlado por uma enzima chamada de flipase, um exemplo clássico é a externalização da fosfatidilserina, esse evento é um sinalizador de morte celular por apoptose.

A bicamada também apresenta locais específicos, que são microdomínios específicos onde estão presentes proteínas e lipídios específicos, é uma região diferenciada das demais partes da membrana. Conhecidas também como rafts, essas regiões concentram uma grande quantidade de colesterol e esfingolipídios, e algumas proteínas específicas que não se encontram em outras regiões da membrana. Estímulos nos receptores de membrana sinalizam os rafts que começam a se agregar iniciando os processos de sinalização celular, modificando até a estrutura da célula. Essas moléculas agrupadas tem capacidade de realizar sinalizações de maneira mais rápidas que se estivessem dispersas na membrana.



terça-feira, 27 de maio de 2014

Por que estudar anatomia e fisiologia?

No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres Humanos. O conceito de Fisiologia é a ciência biológica que estuda as funções (físicas, orgânicas, bioquímicas) dos seres vivos.
           
Anatomia (grego = ANATOMÉ = cortar em partes e por definição vem a ser o estudo das partes), enquanto que fisiologia (grego = PHISIS = natureza, função; LOGOS = estudos das funções).  

      
Sobre a importância da anatomia, Assis Leite (1.797) escreve: "Quem consertará uma máquina, ignorando o artifício pelo qual é feita? Como curará as moléstias, não sabendo os órgãos que elas atacam? A anatomia lança os fundamentos sólidos da Medicina; não há anatomia vista em estampas, nem estudada sobre peças artificiais, mas analisada sobre os cadáveres. O estudo do homem deve ser feito sobre o mesmo homem". 

    
Da mesma forma a importância da fisiologia se dá por ser uma ciência que estuda o funcionamento dos organismos vivos e a explicação da própria vida, sendo que a unidade vital do corpo é a célula, a qual está viva é se reproduz por meio do liquido extracelular que contém nutrientes necessários à manutenção da vida celular. O conjunto de células é que permite a formação dos tecidos e órgãos, cada qual com suas funções. E é necessário o seu estudo para que se possa chegar a esses funcionamentos. 


Nosso objetivo é oferecer aos estudantes informações básicas e indispensáveis sobre Anatomia e Fisiologia Humana dos vários sistemas orgânicos!


segunda-feira, 21 de abril de 2014

EM CONSTRUÇÃO

Em breve teremos conteúdos informativos de forma didática e fácil para entender os mistérios da anatomofisiologia.

AGUARDEM...